sábado, 4 de abril de 2015

PORQUE ÉRAMOS INDIGNOS E ELE NOS PERDOOU - PÁSCOA E SINÔNIMO DE PERDÃO

Após ser vendido no deserto, por seus irmãos aos Ismaelitas José é levado até o Egito a vendido com escravo para aquele povo. Os sonhos porem que haviam em seu interior nunca deixaram de ser alimentados. José sabia muitíssimo bem quem havia lhe feito as promessas e que para elas se cumprirem os planos de Deus não poderiam ser frustrados e nem mudados um milímetro se quer. Parece meio incoerente afirmar que para que os sonhos de José se cumprissem segundo as promessas de Deus, ele haveria que passar por tão grande humilhação. Ser  tirado da convivência com seus pais, ser afastado de seu irmão Benjamim, ser vendido a um povo estranho por seus próprios irmãos, ser levado ao Egito e vendido com escravo, ele que era livre em sua terra, agora era preso e acusado injustamente. Talvez você se pergunte; Onde está a providência divina na vida deste jovem? Que mal ele fez para ser provado desta forma? Que Deus é este que faz promessas a uma pessoa e depois a lança em um cárcere, em um mundo de escravidão? Que sonhos são estes? Que promessas são estas?
O Deus de José é o mesmo Deus que deu seu único Filho para ser humilhado, chicoteado, preso, julgado e condenado à morte em meu e em seu lugar. Se você acha muito o sofrimento de José veja o que o profeta discorre a respeito do sofrimento de Cristo.
Era desprezado, e o mais rejeitado entre os homens, homem de dores, e experimentado nos trabalhos; e, como um de quem os homens escondiam o rosto, era desprezado, e não fizemos dele caso algum. Verdadeiramente ele tomou sobre si as nossas enfermidades, e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus, e oprimido. Mas ele foi ferido por causa das nossas transgressões, e moído por causa das nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados. Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo seu caminho; mas o Senhor fez cair sobre ele a iniqüidade de nós todos. Ele foi oprimido e afligido, mas não abriu a sua boca; como um cordeiro foi levado ao matadouro, e como a ovelha muda perante os seus tosquiadores, assim ele não abriu a sua boca. Da opressão e do juízo foi tirado; e quem contará o tempo da sua vida? Porquanto foi cortado da terra dos viventes; pela transgressão do meu povo ele foi atingido. E puseram a sua sepultura com os ímpios, e com o rico na sua morte; ainda que nunca cometeu injustiça, nem houve engano na sua boca. Todavia, ao Senhor agradou moê-lo, fazendo-o enfermar; quando a sua alma se puser por expiação do pecado, verá a sua posteridade, prolongará os seus dias; e o bom prazer do Senhor prosperará na sua mão. Ele verá o fruto do trabalho da sua alma, e ficará satisfeito; com o seu conhecimento o meu servo, o justo, justificará a muitos; porque as iniqüidades deles levará sobre si. Por isso lhe darei a parte de muitos, e com os poderosos repartirá ele o despojo; porquanto derramou a sua alma na morte, e foi contado com os transgressores; mas ele levou sobre si o pecado de muitos, e intercedeu pelos transgressores. (ALMEIDA, 2014. Is. 53:3-12).

José ao ser levado e vendido como escravo no Egito introduziu seus sonhos na história daquele povo, e não foi somente isso ele introduziu o povo de Israel no Egito. Mesmo sendo sua história uma história de sofrimento e dor se olharmos para a história de Jesus encontraremos elementos que as unam.
Se você julga que Deus agiu impiedosamente com José, ao ler a história de Jesus irá pensar a mesma coisa. Como um Pai pode deixar que seu único Filho padecesse da tamanha humilhação, sofrimento e dor. A ponto de proferir palavras que nos soam tão dolorosas quando a lemos. “E, à hora nona, Jesus exclamou com grande voz, dizendo: Eloí, Eloí, lamá sabactâni? que, traduzido, é: Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste”? (ALMEIDA, 2014. Mc. 15:34).
Note que o sofrimento de José não se compara ao de Jesus, José em momento algum foi levado ao extremo de seu sofrimento a ponto de se sentir abandonado por seu Deus. Jesus sentiu-se abandonado por seu pai em seu sofrimento. Mas isto não significa que Ele havia desistido de seus sonhos, das promessas que Deus havia lhe feito veja no versículo 12 de Isaias 53 Por isso lhe darei a parte de muitos, e com os poderosos repartirá ele o despojo; porquanto derramou a sua alma na morte, e foi contado com os transgressores; mas ele levou sobre si o pecado de muitos, e intercedeu pelos transgressores”. 
Jesus sabia que havia uma obra a ser feita, e que para que essa obra fosse acabada em seus mínimos detalhes era necessário aquele proceder, aquele sofrimento Jesus confiava em Deus Pai. José confiava no Deus de Seus pais, ele sabia que por mais que aqueles sofrimentos durassem os sonhos de Deus para a sua vida se cumpririam. Que o Deus que havia lhe feito promessas era fiel para cumpri-las. E talvez você não tenha percebido a que ponto chegava a confiança de José. Mas logo você descobrirá que os sonhos de Deus para a vida de uma pessoa se estende além do compreensível.  
Hoje estamos comemorando a páscoa o pesach judaico. Este evento teve inicio no advento da libertação do povo de Israel da escravidão egípcia. Eu particularmente vejo um paralelo entre a escravidão de José e a escravidão do povo de Israel. Eu vejo que quando os irmãos de José o venderam para os Ismaelitas, eles na verdade estavam se vendendo. Veja que os sonhos de José eram em relação a ele e sua família, ao ser vendido como escravo seus sonhos e consequentemente a sua família também foram escravizados.
Após todo o seu sofrimento os sonhos de Deus para a sua vida começam a se cumprir ele deixa de ser José a passa a ser conhecido como Safenate-Panéia o governador do Egito. Qual a probabilidade de um escravo, vendido por seus irmãos à escravidão vir a se tornar governador do Egito se Deus não estiver ao seu lado. Qual a probabilidade de o filho de um carpinteiro revolucionar o mundo com seus ensinamentos a ponto de influenciar na religião de sua época.
O povo de Israel é chamado a descer e habitar no Egito, aonde não havia falta de alimentos e nem de água. O povo que desceu ao Egito juntamente com Jacó, pai de José eram em numero de setenta. Lá puderam ver as promessas feitas por Deus a José se cumprirem, porém eles não puderam enxergar além do compreensível, mas José viu, porém essa visão ele não poderia revelar, pois este agora era os sonhos de Deus para o seu povo. José sabia que Israel seria feito escravo nas terras do Egito, mas sabia também que Deus haveria de providenciar um libertador. Isto não está explicito nos escritos sobre José e a história de Israel. Mas procure uma resposta para o fato de José ao morrer ter dito aos seus irmãos.
E disse José a seus irmãos: Eu morro; mas Deus certamente vos visitará, e vos fará subir desta terra à terra que jurou a Abraão, a Isaque e a Jacó. E José fez jurar os filhos de Israel, dizendo: Certamente vos visitará Deus, e fareis transportar os meus ossos daqui. (ALMEIDA, 2014. Gn. 50:24-25)
Essas são as palavras de um homem que sabia os caminhos pelo qual aquele povo seguiria. O caminho da escravidão. Mas sabia também que ao final Deus providenciaria um salvador para as suas transgressões. Ele sabia que ao ter sido feito escravo juntamente com seus sonhos, Israel havia sido feito escravo juntamente com seus sonhos. Após 400 anos de escravidão o povo que no inicio eram em numero de setenta, agora são três milhões os que saíram do cativeiro do Egito seiscentos e cinquenta mil somente homens de guerra. Deus não só cumpriu o que havia dito prometido a José como o que havia prometido a Abraão. E este ínterim ocorreu algo maravilhoso, o perdão de José aos seus irmãos pela maldade feita com ele.
Vendo então os irmãos de José que seu pai já estava morto, disseram:
Porventura nos odiará José e certamente nos retribuirá todo o mal que lhe fizemos. Portanto mandaram dizer a José: Teu pai ordenou, antes da sua morte, dizendo: Assim direis a José: Perdoa, rogo-te, a transgressão de teus irmãos, e o seu pecado, porque te fizeram mal; agora, pois, rogamos-te que perdoes a transgressão dos servos do Deus de teu pai. E José chorou quando eles lhe falavam. Depois vieram também seus irmãos, e prostraram-se diante dele, e disseram: Eis-nos aqui por teus servos. E José lhes disse: Não temais; porventura estou eu em lugar de Deus? Vós bem intentastes mal contra mim; porém Deus o intentou para bem, para fazer como se vê neste dia, para conservar muita gente com vida. Agora, pois, não temais; eu vos sustentarei a vós e a vossos filhos. Assim os consolou, e falou segundo o coração deles. (ALMEIDA, 2014. Gn. 50:15-21)

Que maravilhoso cenário é o cenário do perdão, esse na realidade é o simbolismo inicial da “Páscoa”. Jesus Cristo é a nossa páscoa hoje. Muitos afirmam que o Novo Testamento nos apresenta outro significado para a páscoa. Eu particularmente não o entendo desta forma. Como José, Jesus passou por humilhação, porém ele foi encarcerado, foi trocado por um ladrão, foi abandonado por seus seguidores, foi chicoteado, condenado a morte de cruz. Ao ser dependurado no madeiro ele tem uma ação nobre como a de José. Ali Jesus ouve ofensas proferidas por um ladrão dependurado ao seu lado, garante ao ladrão que estava do outro lado e o defendia o direito a salvação, perdoa a humanidade que o condenará a morte dizendo que eles não sabiam o que estavam fazendo. Sente-se abandonado pelo Pai ao qual Ele chama de Deus meu. Nós não éramos dignos deste amor, mas mesmo assim Ele nos amou, não éramos dignos de seu perdão, mas Ele nos perdoou, não éramos dignos de entra na vida eterna, mas Ele nos deu este direito. Éramos puramente indignos de todas as suas ações mas Ele ao nos perdoar nos tornou dignos, justos e justificáveis diante de Deus. Páscoa não é somente a passagem da morte para a vida.  Pois por nossos pecados, estávamos separados de Deus, mortos espiritualmente, mas o Cordeiro de Deus nos deu vida. Por Sua morte na cruz, a barreira de separação que havia entre nós e Deus foi derrubada.  "Mas agora em Cristo Jesus, vós, que antes estáveis longe, já pelo sangue de Cristo chegastes perto." (ALMEIDA, 2014. Ef. 2:13 Jesus Cristo é a nossa páscoa!  Quando negamos a Cristo automaticamente estamos nos condenando a escravidão do pecado e juntamente conosco toda a nossa família. Mas Ele morreu e ressuscitou para que tivéssemos direito ao seu perdão, Ele está à direita do Pai intercedendo por nós.  Assim como Deus prometeu um libertador para o povo de Israel, Ele também o fez a nós. Não há páscoa sem cordeiro , não há libertação sem o liberador. Não estamos mais escravizados pelo pecado Jesus nos garantiu a libertação.  Sua vida em nós permite que tenhamos uma nova vida, plena e abundante. Vamos celebrar Aquele que deu Sua vida por nós, e que um dia vai reinar sobre tudo e todos, para sempre e sempre. Mas além de nos garantir uma nova vida, livre da escravidão do pecado, Cristo a nossa páscoa nos perdoou.
Que você possa assim com fez José, perdoar os seus ofensores, não importa o mal que eles tenham ocasionados a você, não importa se eles escravizaram os seus sonhos, se te venderam. Hoje Deus os coloca em sua frente para que eles peçam perdão a ti. E mesmo que eles não o facão perdoe-os. Maior galardão tem o que perdoa, que o que necessita do perdão. Páscoa é sinônimo de perdão. Amém!!!

                                                    Referências bíblicas.

              ALMEIDA, João Ferreira de; Bíblia com Apócrifos. ICP. RJ, 2014.

Ev. André Luiz Coutinho
MINISTÉRIO DE EVANGELISMO E MISSÕES NOVAS DE PAZ.

"Quão formosos são, sobre os montes, os pés do que anuncia as boas novas, que faz ouvir a paz, do que anuncia o bem, que faz ouvir a salvação, do que diz a Sião: O teu Deus reina"! Is. 52




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