Após ser vendido no deserto, por seus irmãos aos Ismaelitas
José é levado até o Egito a vendido com escravo para aquele povo. Os sonhos
porem que haviam em seu interior nunca deixaram de ser alimentados. José sabia
muitíssimo bem quem havia lhe feito as promessas e que para elas se cumprirem
os planos de Deus não poderiam ser frustrados e nem mudados um milímetro se
quer. Parece meio incoerente afirmar que para que os sonhos de José se
cumprissem segundo as promessas de Deus, ele haveria que passar por tão grande
humilhação. Ser tirado da convivência com seus pais, ser afastado de seu
irmão Benjamim, ser vendido a um povo estranho por seus próprios irmãos, ser
levado ao Egito e vendido com escravo, ele que era livre em sua terra, agora
era preso e acusado injustamente. Talvez você se pergunte; Onde está a
providência divina na vida deste jovem? Que mal ele fez para ser provado desta
forma? Que Deus é este que faz promessas a uma pessoa e depois a lança em um
cárcere, em um mundo de escravidão? Que sonhos são estes? Que promessas são
estas?
O Deus de José é o mesmo Deus que deu seu único Filho para
ser humilhado, chicoteado, preso, julgado e condenado à morte em meu e em seu
lugar. Se você acha muito o sofrimento de José veja o que o profeta discorre a
respeito do sofrimento de Cristo.
Era desprezado, e o mais rejeitado entre
os homens, homem de dores, e experimentado nos trabalhos; e, como um de quem os
homens escondiam o rosto, era desprezado, e não fizemos dele caso
algum. Verdadeiramente ele tomou sobre si as nossas enfermidades, e as
nossas dores levou sobre si; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus, e
oprimido. Mas ele foi ferido por causa das nossas transgressões, e moído por
causa das nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e
pelas suas pisaduras fomos sarados. Todos nós andávamos desgarrados como
ovelhas; cada um se desviava pelo seu caminho; mas o Senhor fez cair sobre ele
a iniqüidade de nós todos. Ele foi oprimido e afligido, mas não abriu a sua
boca; como um cordeiro foi levado ao matadouro, e como a ovelha muda perante os
seus tosquiadores, assim ele não abriu a sua boca. Da opressão e do juízo foi
tirado; e quem contará o tempo da sua vida? Porquanto foi cortado da terra dos
viventes; pela transgressão do meu povo ele foi atingido. E puseram a sua
sepultura com os ímpios, e com o rico na sua morte; ainda que nunca cometeu
injustiça, nem houve engano na sua boca. Todavia, ao Senhor agradou moê-lo,
fazendo-o enfermar; quando a sua alma se puser por expiação do pecado, verá a
sua posteridade, prolongará os seus dias; e o bom prazer do Senhor prosperará
na sua mão. Ele verá o fruto do trabalho da sua alma, e ficará satisfeito; com
o seu conhecimento o meu servo, o justo, justificará a muitos; porque as
iniqüidades deles levará sobre si. Por isso lhe darei a parte de muitos, e com
os poderosos repartirá ele o despojo; porquanto derramou a sua alma na morte, e
foi contado com os transgressores; mas ele levou sobre si o pecado de muitos, e
intercedeu pelos transgressores. (ALMEIDA, 2014. Is. 53:3-12).
José ao ser
levado e vendido como escravo no Egito introduziu seus sonhos na história
daquele povo, e não foi somente isso ele introduziu o povo de Israel no Egito.
Mesmo sendo sua história uma história de sofrimento e dor se olharmos para a
história de Jesus encontraremos elementos que as unam.
Se você
julga que Deus agiu impiedosamente com José, ao ler a história de Jesus irá
pensar a mesma coisa. Como um Pai pode deixar que seu único Filho padecesse da
tamanha humilhação, sofrimento e dor. A ponto de proferir palavras que nos soam
tão dolorosas quando a lemos. “E, à hora nona, Jesus exclamou com grande
voz, dizendo: Eloí, Eloí, lamá sabactâni? que, traduzido, é: Deus meu, Deus
meu, por que me desamparaste”? (ALMEIDA,
2014. Mc. 15:34).
Note que o sofrimento de José não
se compara ao de Jesus, José em momento algum foi levado ao extremo de seu
sofrimento a ponto de se sentir abandonado por seu Deus. Jesus sentiu-se
abandonado por seu pai em seu sofrimento. Mas isto não significa que Ele havia
desistido de seus sonhos, das promessas que Deus havia lhe feito veja no
versículo 12 de Isaias 53 “Por isso lhe darei a parte
de muitos, e com os poderosos repartirá ele o despojo; porquanto derramou a sua
alma na morte, e foi contado com os transgressores; mas ele levou sobre si o
pecado de muitos, e intercedeu pelos transgressores”.
Jesus sabia que havia uma obra a ser
feita, e que para que essa obra fosse acabada em seus mínimos detalhes era
necessário aquele proceder, aquele sofrimento Jesus confiava em Deus Pai. José
confiava no Deus de Seus pais, ele sabia que por mais que aqueles sofrimentos
durassem os sonhos de Deus para a sua vida se cumpririam. Que o Deus que havia
lhe feito promessas era fiel para cumpri-las. E talvez você não tenha percebido
a que ponto chegava a confiança de José. Mas logo você descobrirá que os sonhos
de Deus para a vida de uma pessoa se estende além do compreensível.
Hoje estamos
comemorando a páscoa o pesach judaico. Este evento teve inicio no advento da
libertação do povo de Israel da escravidão egípcia. Eu particularmente vejo um
paralelo entre a escravidão de José e a escravidão do povo de Israel. Eu vejo
que quando os irmãos de José o venderam para os Ismaelitas, eles na verdade
estavam se vendendo. Veja que os sonhos de José eram em relação a ele e sua
família, ao ser vendido como escravo seus sonhos e consequentemente a sua
família também foram escravizados.
Após todo o
seu sofrimento os sonhos de Deus para a sua vida começam a se cumprir ele deixa
de ser José a passa a ser conhecido como Safenate-Panéia o governador do Egito.
Qual a probabilidade de um escravo, vendido por seus irmãos à escravidão vir a
se tornar governador do Egito se Deus não estiver ao seu lado. Qual a
probabilidade de o filho de um carpinteiro revolucionar o mundo com seus
ensinamentos a ponto de influenciar na religião de sua época.
O povo de
Israel é chamado a descer e habitar no Egito, aonde não havia falta de
alimentos e nem de água. O povo que desceu ao Egito juntamente com Jacó, pai de
José eram em numero de setenta. Lá puderam ver as promessas feitas por Deus a
José se cumprirem, porém eles não puderam enxergar além do compreensível, mas
José viu, porém essa visão ele não poderia revelar, pois este agora era os
sonhos de Deus para o seu povo. José sabia que Israel seria feito escravo nas
terras do Egito, mas sabia também que Deus haveria de providenciar um
libertador. Isto não está explicito nos escritos sobre José e a história de
Israel. Mas procure uma resposta para o fato de José ao morrer ter dito aos seus
irmãos.
E disse José a seus irmãos: Eu morro; mas Deus certamente vos visitará,
e vos fará subir desta terra à terra que jurou a Abraão, a Isaque e a Jacó. E José fez jurar os filhos de Israel,
dizendo: Certamente vos visitará Deus, e fareis transportar os meus ossos
daqui. (ALMEIDA, 2014. Gn. 50:24-25)
Essas são as palavras de um homem que
sabia os caminhos pelo qual aquele povo seguiria. O caminho da escravidão. Mas
sabia também que ao final Deus providenciaria um salvador para as suas
transgressões. Ele sabia que ao ter sido feito escravo juntamente com seus
sonhos, Israel havia sido feito escravo juntamente com seus sonhos. Após 400
anos de escravidão o povo que no inicio eram em numero de setenta, agora são
três milhões os que saíram do cativeiro do Egito seiscentos e cinquenta mil
somente homens de guerra. Deus não só cumpriu o que havia dito prometido a José
como o que havia prometido a Abraão. E este ínterim ocorreu algo maravilhoso, o
perdão de José aos seus irmãos pela maldade feita com ele.
Vendo então os
irmãos de José que seu pai já estava morto, disseram:
Porventura
nos odiará José e certamente nos retribuirá todo o mal que lhe fizemos. Portanto mandaram dizer a José: Teu pai
ordenou, antes da sua morte, dizendo: Assim direis a José: Perdoa, rogo-te, a
transgressão de teus irmãos, e o seu pecado, porque te fizeram mal; agora,
pois, rogamos-te que perdoes a transgressão dos servos do Deus de teu pai. E
José chorou quando eles lhe falavam. Depois vieram também seus irmãos, e
prostraram-se diante dele, e disseram: Eis-nos aqui por teus servos. E José
lhes disse: Não temais; porventura estou eu em lugar de Deus? Vós bem
intentastes mal contra mim; porém Deus o intentou para bem, para fazer como se
vê neste dia, para conservar muita gente com vida. Agora, pois, não temais; eu
vos sustentarei a vós e a vossos filhos. Assim os consolou, e falou segundo o
coração deles. (ALMEIDA, 2014. Gn. 50:15-21)
Que maravilhoso cenário é o cenário do
perdão, esse na realidade é o simbolismo inicial da “Páscoa”. Jesus Cristo é a
nossa páscoa hoje. Muitos afirmam que o Novo Testamento nos apresenta outro
significado para a páscoa. Eu particularmente não o entendo desta forma. Como
José, Jesus passou por humilhação, porém ele foi encarcerado, foi trocado por
um ladrão, foi abandonado por seus seguidores, foi chicoteado, condenado a
morte de cruz. Ao ser dependurado no madeiro ele tem uma ação nobre como a de
José. Ali Jesus ouve ofensas proferidas por um ladrão dependurado ao seu lado,
garante ao ladrão que estava do outro lado e o defendia o direito a salvação,
perdoa a humanidade que o condenará a morte dizendo que eles não sabiam o que
estavam fazendo. Sente-se abandonado pelo Pai ao qual Ele chama de Deus meu.
Nós não éramos dignos deste amor, mas mesmo assim Ele nos amou, não éramos
dignos de seu perdão, mas Ele nos perdoou, não éramos dignos de entra na vida
eterna, mas Ele nos deu este direito. Éramos puramente indignos de todas as
suas ações mas Ele ao nos perdoar nos tornou dignos, justos e justificáveis
diante de Deus. Páscoa não é somente a passagem da morte para a vida. Pois por nossos
pecados, estávamos separados de Deus, mortos espiritualmente, mas o Cordeiro de
Deus nos deu vida. Por Sua morte na cruz, a barreira de separação que havia
entre nós e Deus foi derrubada. "Mas
agora em Cristo Jesus, vós, que antes estáveis longe, já pelo sangue de Cristo
chegastes perto." (ALMEIDA, 2014. Ef. 2:13 Jesus Cristo é a nossa
páscoa! Quando negamos a Cristo automaticamente estamos nos condenando a
escravidão do pecado e juntamente conosco toda a nossa família. Mas Ele morreu
e ressuscitou para que tivéssemos direito ao seu perdão, Ele está à direita do
Pai intercedendo por nós. Assim como Deus prometeu um libertador para o
povo de Israel, Ele também o fez a nós. Não há páscoa sem cordeiro , não há
libertação sem o liberador. Não estamos mais escravizados pelo pecado Jesus nos
garantiu a libertação. Sua vida em nós permite que tenhamos uma nova
vida, plena e abundante. Vamos celebrar Aquele que deu Sua vida por nós, e que
um dia vai reinar sobre tudo e todos, para sempre e sempre. Mas além de nos
garantir uma nova vida, livre da escravidão do pecado, Cristo a nossa páscoa
nos perdoou.
Que você possa assim com fez José, perdoar
os seus ofensores, não importa o mal que eles tenham ocasionados a você, não
importa se eles escravizaram os seus sonhos, se te venderam. Hoje Deus os
coloca em sua frente para que eles peçam perdão a ti. E mesmo que eles não o
facão perdoe-os. Maior galardão tem o que perdoa, que o que necessita do
perdão. Páscoa é sinônimo de perdão. Amém!!!
Referências bíblicas.
ALMEIDA, João Ferreira de; Bíblia com
Apócrifos. ICP. RJ, 2014.
Ev. André Luiz Coutinho
MINISTÉRIO DE EVANGELISMO E MISSÕES NOVAS DE PAZ.
"Quão formosos são, sobre os montes, os pés do que anuncia as boas novas, que faz ouvir a paz, do que anuncia o bem, que faz ouvir a salvação, do que diz a Sião: O teu Deus reina"! Is. 52
Ev. André Luiz Coutinho
MINISTÉRIO DE EVANGELISMO E MISSÕES NOVAS DE PAZ.
"Quão formosos são, sobre os montes, os pés do que anuncia as boas novas, que faz ouvir a paz, do que anuncia o bem, que faz ouvir a salvação, do que diz a Sião: O teu Deus reina"! Is. 52