Na ânsia de promover um estudo mais contundente sobre o Batismo em nossos dias e focado nos ensinamentos bíblicos dos Apóstolos e contidos no Novo Testamento. Que pudesse ser ministrado em nossas Igrejas de uma maneira simples e direta e que surtissem nos novos convertidos um efeito de busca incessante de mudança interior me orientou na produção deste. Não se trata de um manual, mas sim um auxilio aos professores e pastores que queiram de uma maneira prática e bíblica ensinar e educar suas ovelhas da importância do Batismo nas águas e seu simbolismo para a Igreja Universal de Cristo.
Convido aos irmãos a uma viagem pelo fascinante mundo da Teologia do Batismo no Novo Testamento. Sua importância para a vida da Igreja, do fiel e sua simbologia dentro da fé em Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.
ELEMENTOS FUNDAMENTAIS DA TEOLOGIA DO BATISMO DA IGREJA PRIMITIVA E DOS APÓSTOLOS.
Ø Batismo nos atos dos Apóstolos.
No
inicio da expansão do evangelho de Cristo, logo após o Pentecostes, deu-se
início a prática do Batismo na Igreja primitiva. À medida que os apóstolos iam
anunciando as boas novas pela Judéia, Samaria e terras próximas e a todos os seus
moradores e estes iam dando crédito a suas pregações iam batizando e expandindo
o evangelho e dando crescimento a Igreja a medida que o Senhor ia acrescentando
vidas que deveriam se salvas.
Ø Batismo e profissão de fé.
O
anuncio do evangelho por parte dos apóstolos à medida que ia sendo pregado ia
se tendo uma nítida visão de sua relação com a fé e o batismo somente era
ministrado aos que demonstravam possuir esta fé em Jesus e em seus ensinamentos.
Ao ponto de se tornar normal receber o Batismo ao professar a fé. Isto é uma
forma de confissão pública da fé e o assumir de um compromisso de vivê-la
plenamente em novidade de vida na acolhia da Palavra de Deus.
Ø Batismo e conversão.
O
agir de Deus em prol do homem enviando seu filho Jesus propondo uma nova
aliança e a colaboração do homem que reconhece este sacrifício e se declara
impotente de prover salvação pra si e por isto necessita de Jesus para isto é
consequência de uma conversão de seus maus caminhos e consequente
reconhecimento do senhorio de Cristo sobre sua vida. É justamente isto o que Deus espera de suas
criaturas, porém não impõe isto de forma tirânica ou agindo como um deus
usurpador. Ele deu a suas criaturas a opção de escolher o que querem para si,
Ele, Deus, nos garante o livre-arbítrio. Respeita a liberdade existente em cada
um para reconhecer a necessidade ou não de se achegar até Ele por meio de Jesus
e somente por Jesus, sem intermediários ou atalhos. Esta é a fé genuína e a
confiança dos que acabam por abraçar a fé. Que uma vez abraçada carece de
mudança de conversão, não dá para continuar a fazer as mesmas coisa da antiga
personalidade e passar pelo Batismo. Conversão então é exigência precípua para
o Batismo em nome de Jesus e crescimento na fé.
Ø Batismo nos escritos paulinos.
Paulo
anuncia um Batismo capaz de nos tornar participantes da morte e ressurreição de
Cristo. Implicitamente de suas palavras podemos aduzir sem querer inferir nos
estudos a respeito do Batismo, que o comparativo esta ligado justamente ao fato
de que depois que passamos pelas águas do Batismo nos tornamos novas criatura,
renovada, restaurada. O homem antigo e suas paixões, pecados e vícios deixaram
de existir ao ponto de sairmos das águas outra pessoa, ressuscitada no poder da
Palavra de Deus e no cumprimento de sua ordenança culminada no Batismo. É um
renascer das águas, uma nova vida livre da morte do pecado. Ao descer as águas
do Batismo temos a representação da morte e ressurreição de Jesus é a
experiência de morrer para o pecado, sepultando o antigo homem corrupto e mau,
ressurgindo o novo lavado e remido à imagem de Cristo.
Ø Batismo e a filiação divina.
O
Batismo tem a capacidade de nos inserir no seio da família de Deus na qualidade
de coerdeiros de Jesus e por isto filhos de Deus inserindo-nos em Cristo. O
Batismo nos torna filhos de Deus. A acepção é condenada por Deus, Ele em sua
essência divina não há pratica, os que se submetem ao senhorio de Cristo têm o
direito de se assentarem a mesa do cordeiro e cearem.
Por
tanto somos feito filhos de Deus, unidos em Cristo, filho unigênito de Deus,
por intermédio do Batismo.
Por
este mesmo Batismo somos vestidos com vestes novas, vestes de louvores, vestes
divinas, lavados e remidos pelo sangue de Jesus. Pela força do Espírito Santo
revestidos de Cristo somos levados ao um processo de identificação com Ele.
Assumindo um modo de agir, pensar, sentir e ser de Jesus.
Em
uma dimensão trinitária que nos une a Cristo e tornamo-nos filhos do Pai que
nos dá o seu Espírito em perfeita comunhão e unidade, sem diferenças
motivadoras de dissensões. Somos único, um ser novo em Jesus Cristo, ao que
afirmarmos que somos filhos de Deus implica em afirmar uma fraternidade
universal acima de qualquer diferença, tornando-nos membros pleno do Corpo de
Cristo.
Ø Batismo como uma nova circuncisão.
A
simbologia da circuncisão que torna o individuo parte do povo Judeu, assim
também podemos ter no Batismo uma simbologia de nos tronarmos filhos de Deus.
Mas
não somente isto, na teologia paulina, o individuo batizado passa a assumir um
compromisso de viver uma nova vida com um novo comportamento moral e ético.
Paulo
vê o Batismo como uma nova circuncisão realizada pelo despir da natureza
carnal, uma circuncisão de Cristo e não realizada por mão de homem, sendo
sepultados e ressuscitados pela fé no poder de Deus. (cf. Cl. 2:11-13)
Ø Batismo com ablução.
Somos
salvos pela misericórdia de Deus e não por nossos atos e esta salvação é
comunicada pelo Batismo, pois nele somos lavados, regenerado e renovado, pelo
poder do Espírito Santo.
Quando a bondade e o amor de
Deus, nosso Salvador, se manifestaram, ele salvou-nos, não por causa dos atos
justos que houvéssemos praticado, mas porque, por sua misericórdia, fomos
lavados pelo poder regenerador e renovador do Espírito Santo, que ele ricamente
derramou sobre nós, por meio de Jesus Cristo, nosso Salvador, a fim de que
fôssemos justificados pela sua graça, e nos tornássemos herdeiros da esperança
da vida eterna (Tt 3, 4-7).
Ø Batismo nos escritos joaninos.
João
apresenta o Batismo como um novo nascimento sendo este condição precípua para
ingresso no Reino de Deus. Este “novo nascimento” seria obtido pelo nascer da
água e do Espírito subentendido “Batismo”.
O
homem somente pode ser renovado pelo poder de Deus que é quem cria a base para
tal ato. Pela força do Espírito Santo é que o cristão tem a possibilidade de
renascer para uma nova vida. Sendo este
renascer um dom de Deus.
A
ação do Espírito Santo esta ligada a água e sua força evocativa de purificação
e vitalidade sendo que a ação de Deus esta presente nos ritos e elementos
simbólicos significativos na existência humana. É o depósito da fé de que no
final dos tempos o Espírito de Deus transformará os corações de pedra,
capacitando-os a seguir a vontade divina. (cf. Ez. 36:25)
É
Deus que age neste “novo nascimento” é sua obra, por isto o homem somente
poderá se beneficiar pela adesão à fé.
Ø Batismo na sua relação com a cruz.
A
morte vicária de Cristo esta expressa no amor “Ágape”, amor incondicional
expresso na cruz do calvário. João se utiliza disto para levar seus leitores a
entender que a morte de cruz foi à exaltação suprema deste amor. O sangue e a
água que brotaram do coração de Jesus crucificado segundo estudiosos é uma
alusão feita pelo evangelista simbolizando a Santa Ceia do Senhor e o Batismo,
sangue e água respectivamente, frutos da cruz. Sendo que a atuação do Espírito
se dá por meio da água e é pela elevação de Jesus que este Espírito é dado.
Sendo correto dizer que esta é a fonte eficaz do Batismo no qual é conferido o
Espírito Santo de Deus e que estão intimamente ligados na paixão e mote de
Cristo e sua glorificação, adquirindo sua força nesta morte de cruz.
Ø Relação entre Batismo e a Santa Ceia do Senhor.
Segundo
os estudos aqui realizados João deixa subentendido nos versículos apresentados
o Batismo e sua relação com a Santa Ceia do Senhor. Ao se referir a água e ao sangue ele os
correlaciona ao Batismo e a Santa Ceia. Batismo e mistério existente no Sacrifício
Vicário de Crist em sua morte de cruz, são marcos por meio dos quais Jesus
realizaria a sua obra de salvação.
O
Espírito, a água e o sangue são os que dão as futuras gerações testemunho da
obra salvífica de Cristo, indicando o caminho pelo qual é atualizada a sua
missão de salvação.
O
Batismo e a Ceia do Senhor simbolizam o caminho aberto pelo Espírito para que
sejam transmitidos aos fiéis os frutos da redenção de Cristo Jesus, pelo mesmo
caminho o agir salvífico de Deus atua ininterruptamente por meio da anunciação
do evangelho e celebração pelas quais a Igreja transmite vida e a esperança ás
novas gerações.
Ø Batismo na primeira carta de Pedro.
O
apóstolo Pedro apresenta um paradoxo entre dilúvio e Batismo. Ele aponta o dilúvio
como um acontecimento destruidor e salvífico, o mesmo ocorrendo com o Batismo
não no contexto de purificação, mas de aceitação de um compromisso consciente
para com Deus por meio da ressurreição de Cristo.
Esta
relação feita simbolicamente por meio da água que purifica e ao mesmo tempo
salva, no lugar da destruição do dilúvio esta a salvação. Pelo batismo se é
chamado a viver em novidade de vida como nova criatura.
Ø Batismo e sacerdócio universal.
Pedro
apresenta o Batismo na prefiguração de um sacerdócio universal com toda a
riqueza de um novo viver e suas exigências morais de empenho para construção da
casa de Deus, rejeitando toda a maldade, mentira, hipocrisias, inveja e
maledicência desejando o leite inalterado da palavra como crianças
recém-nascidas, crescendo desta forma para a salvação. (cf. 1Pe 2:1-5)
O
isolamento não será vivido pelo batizado, ao contrário juntamente com a sua Igreja e comunidade irá construir um caminho e um templo espiritual para oferecer a Deus
sacrifícios espirituais, não um templo material, mas formando dentro de si o
caráter de Cristo transformando-se em templo vivo e morada do Espírito
Santo. A verdadeira Igreja viva então é
a comunidade destas pessoas que professam a mesma fé e possuem o mesmo caráter
imutável de Cristo, não são templos feitos de pedra e erguidos pelas mãos dos
homens. Esta é a capacidade da universalização da fé por meio do Batismo.
IGREJA PENTECOSTAL MISTÉRIO DE DEUS.
MINISTÉRIO DE EVANGELISMO E MISSÕES NOVAS DE PAZ
EVANGELISTA ANDRÉ LUIZ COUTINHO
"Quão formosos são, sobre os montes, os pés do que anuncia as boas novas, que faz ouvir a paz, do que anuncia o bem, que faz ouvir a salvação, do que diz a Sião: O teu Deus reina!" Isaías 52:7